Tudo Que Seu (Sua) Acompanhante Precisa Saber para o Dia do Parto: Como Você Pode Ajudar
As Mudanças no Corpo da Mulher no Dia do Parto
- Estrogênio: Conhecido como o hormônio do bem-estar, ele diminui no final da gestação. Essa queda pode influenciar o humor e a sensibilidade da mulher.
- Progesterona: Esse hormônio é fundamental para manter a gravidez. Durante o trabalho de parto, seus níveis diminuem para permitir a ação da ocitocina, o hormônio responsável pelas contrações.
- Ocitocina: Chamado de “hormônio do amor”, ele é responsável pelas contrações uterinas e também pelo vínculo entre mãe e bebê após o nascimento.
- Adrenalina: O estresse pode elevar os níveis desse hormônio e dificultar a evolução do trabalho de parto. Por isso, manter um ambiente tranquilo e seguro faz toda a diferença.
As Fases do Trabalho de Parto
1. Pródromos: O Corpo Começa a se Preparar
- Os pródromos são sinais de que o corpo está se preparando para o parto. Algumas mulheres sentem cólicas leves, dor lombar e percebem mudanças na secreção vaginal.
- Tampão mucoso: Um dos primeiros sinais do início do trabalho de parto. Trata-se de um muco espesso que sela o colo do útero durante a gestação. Ele pode sair de uma vez só ou em pequenas quantidades, com ou sem presença de sangue.
- Ruptura da bolsa: A famosa “bolsa estourou!” pode acontecer antes ou durante o trabalho de parto. Nem sempre ocorre como nos filmes, com uma grande quantidade de líquido saindo de repente. Às vezes, a bolsa rompe lentamente e o líquido escorre aos poucos.
2. Fase Latente: O Início do Trabalho de Parto
- Incentivar o descanso e o relaxamento.
- Ajudar a gestante a encontrar posições confortáveis.
- Oferecer massagens leves para aliviar a dor.
- Estimular pequenas caminhadas, caso ela se sinta bem.
3. Fase Ativa: O Trabalho de Parto se Intensifica
- Ajudar a encontrar posições que aliviem a dor, como ficar de cócoras, ajoelhada ou apoiada em uma bola de pilates.
- Incentivar a respiração profunda e lenta, ajudando a relaxar durante as contrações.
- Oferecer compressas quentes na região lombar para aliviar o desconforto.
- Manter a mulher hidratada e incentivá-la a se alimentar, se possível.
4. Fase de Transição: O Momento Mais Intenso
- Reforçar palavras de incentivo, lembrando que o bebê está quase chegando.
- Oferecer suporte físico e emocional, segurando a mão da gestante e lembrando-a de respirar.
- Evitar conversas desnecessárias e manter o ambiente tranquilo.
5. Expulsivo: O Nascimento do Bebê
- Não dizer “respira!”, mas sim contar a respiração, ajudando a mulher a se concentrar.
- Estar presente, segurando a mão dela e reforçando que ela está indo muito bem.
- Repetir frases de incentivo como “você consegue”, “está quase lá” e “o bebê está chegando”.
A Importância do Seu Papel no Parto
- Seu (sua) acompanhante é a pessoa que estará ao lado da mulher durante todo esse processo. Mais do que apenas estar presente, é essencial que haja uma comunicação clara sobre as vontades e expectativas da mulher para esse momento.
- Conversem antes do parto sobre os desejos dela, como posições preferidas, se deseja um parto mais ativo, se aceita ou não anestesia, entre outros pontos.
- Busquem uma equipe alinhada com o plano de parto. Profissionais que respeitem a autonomia da mulher fazem toda a diferença.
- Caso não haja uma equipe de confiança, seu (sua) acompanhante será seu maior suporte. Por isso, é importante que ele(a) esteja bem informado(a) sobre o que esperar.
Chegada ao Hospital e Internação
- Tenha os documentos em mãos (RG, carteirinha do plano de saúde, se houver, e cartão de pré-natal).
- Leve a mala da maternidade já organizada com os itens essenciais.
- Avise a equipe médica sobre o plano de parto.
Pós-Parto: O Desafio do Puerpério e Como Seu (Sua) Acompanhante Pode Apoiar
- Involução uterina: O útero começa a voltar ao seu tamanho normal, o que pode causar cólicas intensas nos primeiros dias.
- Amamentação: A descida do leite acontece entre 48 e 72 horas após o parto e pode gerar inchaço e dor nas mamas.
- Oscilações hormonais: A queda abrupta do estrogênio e da progesterona pode causar episódios de choro e alterações de humor.
Como Seu (Sua) Acompanhante Pode Ajudar no Puerpério
Seu (Sua) Acompanhante Não é Doula – Entenda a Diferença e Como Isso Impacta o Parto
É comum que, ao se preparar para o parto, muitas mulheres e seus (suas) acompanhantes acreditem que o papel do marido, esposa, parceiro ou parceira seja o mesmo que o de uma doula. Mas há uma grande diferença entre os dois, e entender isso pode evitar frustrações e expectativas irreais no dia do nascimento.
Seu (sua) acompanhante tem um papel essencial no parto, mas ele(a) não substitui o trabalho de uma doula. Vamos entender melhor essas funções para que o suporte oferecido no parto seja realmente eficaz e respeitoso.
Doula, Fisioterapeuta em Obstetrícia e Enfermeira Obstetra: Quem Faz o Quê no Parto?
O parto é um momento único e transformador, e contar com o suporte certo faz toda a diferença para que a mulher se sinta segura e respeitada. No entanto, muitas pessoas confundem os papéis dos profissionais que podem estar envolvidos no nascimento.
Doula, fisioterapeuta em obstetrícia e enfermeira obstetra são três figuras importantes que atuam no parto, mas cada uma com funções específicas. Saber as diferenças entre elas ajuda a fazer escolhas mais conscientes e a garantir uma experiência de parto mais tranquila e respeitosa.
1. Doula: Suporte Emocional e Físico, Mas Sem Procedimentos Clínicos
A doula é uma profissional especializada em oferecer suporte emocional e físico para a gestante durante a gestação, parto e pós-parto. Seu trabalho é baseado em acolhimento e técnicas naturais de conforto, mas ela não realiza nenhum procedimento clínico ou médico.
O que a doula faz?
✔ Oferece suporte emocional e tranquiliza a gestante.
✔ Ensina e aplica técnicas de alívio da dor, como massagens, aromaterapia e banhos mornos.
✔ Sugerir posições para facilitar o trabalho de parto.
✔ Ajuda o (a) acompanhante a participar ativamente do parto.
✔ Incentiva a autonomia da mulher e ajuda a garantir que suas escolhas sejam respeitadas.
✔ Apoia no pós-parto, especialmente na amamentação e na recuperação emocional.
O que a doula NÃO faz?
❌ Não realiza exames clínicos nem avalia dilatação.
❌ Não monitora os batimentos cardíacos do bebê.
❌ Não administra medicamentos nem anestesia.
❌ Não substitui a equipe médica.
A doula é uma excelente aliada para tornar o parto mais humanizado, ajudando a mulher a se sentir mais segura e empoderada.
2. Fisioterapeuta em Obstetrícia: Especialista em Biomecânica do Parto e Alívio da Dor
A fisioterapeuta em obstetrícia tem um papel fundamental na mobilidade da mulher durante o parto, ajudando a facilitar o nascimento do bebê com técnicas baseadas em biomecânica. Seu objetivo é garantir que o corpo da mulher esteja alinhado com os movimentos naturais do parto, reduzindo dores e otimizando a descida do bebê.
O que a fisioterapeuta em obstetrícia faz?
✔ Trabalha com mobilização pélvica e posturas que facilitam a progressão do trabalho de parto.
✔ Ensina técnicas de respiração para melhor controle da dor.
✔ Aplica exercícios específicos para encaixe do bebê.
✔ Auxilia na preparação do assoalho pélvico durante a gestação e na recuperação pós-parto.
✔ Pode ajudar no controle da dor com exercícios ativos, rebozo, mobilizações articulares e relaxamento.
O que a fisioterapeuta em obstetrícia NÃO faz?
❌ Não realiza exames médicos ou de toque vaginal.
❌ Não monitora os batimentos cardíacos do bebê.
❌ Não prescreve medicamentos ou anestesia.
❌ Não realiza procedimentos hospitalares.
A fisioterapia obstétrica pode ser um grande diferencial no parto, ajudando a tornar o processo mais eficiente e confortável para a mulher.
3. Enfermeira Obstetra: Profissional de Saúde Responsável pelo Trabalho de Parto e Parto Normal de Baixo Risco
A enfermeira obstetra é uma profissional da saúde com formação em enfermagem e especialização em obstetrícia. Ela é habilitada para conduzir partos normais de baixo risco, monitorar a saúde da mãe e do bebê e realizar exames clínicos.
O que a enfermeira obstetra faz?
✔ Realiza exames clínicos, como avaliação da dilatação e ausculta dos batimentos cardíacos do bebê.
✔ Acompanha todo o trabalho de parto e identifica sinais de risco.
✔ Conduz partos normais de baixo risco, sem necessidade de intervenção médica.
✔ Monitora o bem-estar da mãe e do bebê antes, durante e após o parto.
✔ Ajuda a mulher a encontrar posições confortáveis para o parto.
✔ Oferece suporte à amamentação e orientações no pós-parto.
O que a enfermeira obstetra NÃO faz?
❌ Não realiza cesáreas (somente médicos obstetras podem fazer isso).
❌ Não administra anestesia (função do anestesista).
❌ Não substitui o papel da doula ou da fisioterapeuta em obstetrícia, mas pode trabalhar em conjunto com ambas.
A enfermeira obstetra é uma figura essencial no parto humanizado, garantindo um acompanhamento mais próximo e menos medicalizado sempre que possível.
Cada Profissional Tem Seu Papel, Mas Todos São Importantes!
O parto é um momento que exige cuidado, respeito e suporte adequado. Entender a diferença entre doula, fisioterapeuta obstétrica e enfermeira obstetra ajuda a tomar decisões mais informadas e a garantir uma experiência mais positiva para a mulher.
Se possível, contar com uma equipe que integre esses profissionais pode tornar o parto mais tranquilo, seguro e respeitoso. O mais importante é que a mulher tenha um ambiente acolhedor e que suas escolhas sejam respeitadas.