Tudo Que Seu (Sua) Acompanhante Precisa Saber para o Dia do Parto: Como Você Pode Ajudar

Tudo Que Seu (Sua) Acompanhante Precisa Saber para o Dia do Parto: Como Você Pode Ajudar

O dia do parto é um momento inesquecível, cheio de emoções e expectativas. Para a mulher, é a conclusão de meses de mudanças físicas e emocionais. Para seu (sua) acompanhante, é o momento de oferecer suporte, segurança e tranquilidade.
Se você vai estar ao lado dela nesse dia tão especial, é essencial que saiba o que esperar e como agir para tornar esse momento mais leve, respeitoso e acolhedor. Afinal, um bom suporte pode fazer toda a diferença na experiência do parto!
Este guia completo vai te ajudar a entender as fases do trabalho de parto, o que acontece no corpo da mulher e como você pode ser um apoio fundamental.

As Mudanças no Corpo da Mulher no Dia do Parto

Durante toda a gestação, o corpo da mulher passa por inúmeras mudanças para gerar e sustentar a vida do bebê. Os hormônios desempenham um papel essencial nesse processo.
  • Estrogênio: Conhecido como o hormônio do bem-estar, ele diminui no final da gestação. Essa queda pode influenciar o humor e a sensibilidade da mulher.
  • Progesterona: Esse hormônio é fundamental para manter a gravidez. Durante o trabalho de parto, seus níveis diminuem para permitir a ação da ocitocina, o hormônio responsável pelas contrações.
  • Ocitocina: Chamado de “hormônio do amor”, ele é responsável pelas contrações uterinas e também pelo vínculo entre mãe e bebê após o nascimento.
  • Adrenalina: O estresse pode elevar os níveis desse hormônio e dificultar a evolução do trabalho de parto. Por isso, manter um ambiente tranquilo e seguro faz toda a diferença.

As Fases do Trabalho de Parto

O trabalho de parto não acontece de uma hora para outra. Ele tem um ritmo próprio e pode variar de mulher para mulher. Conhecer essas fases ajuda seu (sua) acompanhante a entender o que está acontecendo e a oferecer o suporte certo em cada momento.

1. Pródromos: O Corpo Começa a se Preparar

  • Os pródromos são sinais de que o corpo está se preparando para o parto. Algumas mulheres sentem cólicas leves, dor lombar e percebem mudanças na secreção vaginal.
  • Tampão mucoso: Um dos primeiros sinais do início do trabalho de parto. Trata-se de um muco espesso que sela o colo do útero durante a gestação. Ele pode sair de uma vez só ou em pequenas quantidades, com ou sem presença de sangue.
  • Ruptura da bolsa: A famosa “bolsa estourou!” pode acontecer antes ou durante o trabalho de parto. Nem sempre ocorre como nos filmes, com uma grande quantidade de líquido saindo de repente. Às vezes, a bolsa rompe lentamente e o líquido escorre aos poucos.
O que seu (sua) acompanhante pode fazer: Observar se as contrações já estão ritmadas, oferecer tranquilidade e ajudar a manter a calma. Se a bolsa romper e o líquido for claro, não há necessidade de correr para o hospital. Mas se o líquido estiver com cor escura ou esverdeada, é essencial buscar atendimento imediato.

2. Fase Latente: O Início do Trabalho de Parto

Essa é a fase mais longa e pode durar horas (ou até dias). As contrações são espaçadas e ainda não tão dolorosas. O colo do útero começa a dilatar, mas o trabalho de parto ainda está no começo.
O que seu (sua) acompanhante pode fazer:
  • Incentivar o descanso e o relaxamento.
  • Ajudar a gestante a encontrar posições confortáveis.
  • Oferecer massagens leves para aliviar a dor.
  • Estimular pequenas caminhadas, caso ela se sinta bem.

3. Fase Ativa: O Trabalho de Parto se Intensifica

Agora as contrações ficam mais ritmadas, mais longas e mais dolorosas. O colo do útero dilata de 4 cm até cerca de 7 cm. Essa fase exige muito da mulher, tanto física quanto emocionalmente.
O que seu (sua) acompanhante pode fazer:
  • Ajudar a encontrar posições que aliviem a dor, como ficar de cócoras, ajoelhada ou apoiada em uma bola de pilates.
  • Incentivar a respiração profunda e lenta, ajudando a relaxar durante as contrações.
  • Oferecer compressas quentes na região lombar para aliviar o desconforto.
  • Manter a mulher hidratada e incentivá-la a se alimentar, se possível.

4. Fase de Transição: O Momento Mais Intenso

Essa é a fase mais desafiadora. As contrações vêm em curtos intervalos e podem ser muito intensas. O colo do útero chega a 8-10 cm de dilatação e o corpo da mulher começa a se preparar para a expulsão do bebê.
Nessa fase, é comum a mulher demonstrar cansaço, insegurança e, em alguns casos, até pedir por anestesia ou dizer que não aguenta mais. Esse é um sinal de que o nascimento está próximo!
O que seu (sua) acompanhante pode fazer:
  • Reforçar palavras de incentivo, lembrando que o bebê está quase chegando.
  • Oferecer suporte físico e emocional, segurando a mão da gestante e lembrando-a de respirar.
  • Evitar conversas desnecessárias e manter o ambiente tranquilo.

5. Expulsivo: O Nascimento do Bebê

Esse é o momento em que a mulher começa a sentir a necessidade de fazer força. As contrações são intensas e o bebê começa a descer pelo canal de parto.
Muitas mulheres entram em um estado de concentração total. A sensação de ardência na região perineal pode acontecer, pois os tecidos estão se alongando para a passagem do bebê.
O que seu (sua) acompanhante pode fazer:
  • Não dizer “respira!”, mas sim contar a respiração, ajudando a mulher a se concentrar.
  • Estar presente, segurando a mão dela e reforçando que ela está indo muito bem.
  • Repetir frases de incentivo como “você consegue”, “está quase lá” e “o bebê está chegando”.

A Importância do Seu Papel no Parto

  • Seu (sua) acompanhante é a pessoa que estará ao lado da mulher durante todo esse processo. Mais do que apenas estar presente, é essencial que haja uma comunicação clara sobre as vontades e expectativas da mulher para esse momento.
  • Conversem antes do parto sobre os desejos dela, como posições preferidas, se deseja um parto mais ativo, se aceita ou não anestesia, entre outros pontos.
  • Busquem uma equipe alinhada com o plano de parto. Profissionais que respeitem a autonomia da mulher fazem toda a diferença.
  • Caso não haja uma equipe de confiança, seu (sua) acompanhante será seu maior suporte. Por isso, é importante que ele(a) esteja bem informado(a) sobre o que esperar.

Chegada ao Hospital e Internação

Na maioria dos casos, quem faz a internação é o (a) acompanhante, enquanto a mulher é direcionada para as avaliações médicas.
Dicas importantes:
  • Tenha os documentos em mãos (RG, carteirinha do plano de saúde, se houver, e cartão de pré-natal).
  • Leve a mala da maternidade já organizada com os itens essenciais.
  • Avise a equipe médica sobre o plano de parto.

Pós-Parto: O Desafio do Puerpério e Como Seu (Sua) Acompanhante Pode Apoiar

O nascimento do bebê não significa que o trabalho acabou. O puerpério – período de recuperação pós-parto – é um momento delicado e desafiador para a mulher.
As Transformações do Puerpério:
  • Involução uterina: O útero começa a voltar ao seu tamanho normal, o que pode causar cólicas intensas nos primeiros dias.
  • Amamentação: A descida do leite acontece entre 48 e 72 horas após o parto e pode gerar inchaço e dor nas mamas.
  • Oscilações hormonais: A queda abrupta do estrogênio e da progesterona pode causar episódios de choro e alterações de humor.

Como Seu (Sua) Acompanhante Pode Ajudar no Puerpério

1. Ofereça suporte emocional
O puerpério pode ser solitário e emocionalmente desgastante. A mulher pode se sentir insegura, cansada e sobrecarregada. Seu (sua) acompanhante deve estar atento(a) a essas mudanças e oferecer apoio constante.
2. Auxilie nos cuidados com o bebê
Trocar fraldas, ninar o bebê e ajudar nos primeiros banhos são formas de aliviar a carga da mãe.
3. Estimule o descanso e a alimentação da mãe
A privação de sono no puerpério pode ser exaustiva. Criar oportunidades para que a mulher descanse e se alimente adequadamente faz toda a diferença.
4. Respeite o tempo de recuperação do corpo dela
Seja após um parto normal ou cesárea, o corpo da mulher precisa de tempo para se recuperar. Evite pressioná-la para retomar a rotina rapidamente.
5. Fique atento aos sinais da depressão pós-parto
Mudanças hormonais são normais, mas se a tristeza persistir por mais de duas semanas e houver sinais de apatia, falta de interesse pelo bebê ou pensamentos negativos, é essencial buscar ajuda médica.

Seu (Sua) Acompanhante Não é Doula – Entenda a Diferença e Como Isso Impacta o Parto

É comum que, ao se preparar para o parto, muitas mulheres e seus (suas) acompanhantes acreditem que o papel do marido, esposa, parceiro ou parceira seja o mesmo que o de uma doula. Mas há uma grande diferença entre os dois, e entender isso pode evitar frustrações e expectativas irreais no dia do nascimento.

Seu (sua) acompanhante tem um papel essencial no parto, mas ele(a) não substitui o trabalho de uma doula. Vamos entender melhor essas funções para que o suporte oferecido no parto seja realmente eficaz e respeitoso.

Estar ao lado da mulher no parto e no puerpério é um papel de extrema importância. O suporte emocional e físico de seu (sua) acompanhante pode transformar completamente essa experiência.

Doula, Fisioterapeuta em Obstetrícia e Enfermeira Obstetra: Quem Faz o Quê no Parto?

O parto é um momento único e transformador, e contar com o suporte certo faz toda a diferença para que a mulher se sinta segura e respeitada. No entanto, muitas pessoas confundem os papéis dos profissionais que podem estar envolvidos no nascimento.

Doula, fisioterapeuta em obstetrícia e enfermeira obstetra são três figuras importantes que atuam no parto, mas cada uma com funções específicas. Saber as diferenças entre elas ajuda a fazer escolhas mais conscientes e a garantir uma experiência de parto mais tranquila e respeitosa.

1. Doula: Suporte Emocional e Físico, Mas Sem Procedimentos Clínicos

A doula é uma profissional especializada em oferecer suporte emocional e físico para a gestante durante a gestação, parto e pós-parto. Seu trabalho é baseado em acolhimento e técnicas naturais de conforto, mas ela não realiza nenhum procedimento clínico ou médico.

O que a doula faz?

✔ Oferece suporte emocional e tranquiliza a gestante.
✔ Ensina e aplica técnicas de alívio da dor, como massagens, aromaterapia e banhos mornos.
✔ Sugerir posições para facilitar o trabalho de parto.
✔ Ajuda o (a) acompanhante a participar ativamente do parto.
✔ Incentiva a autonomia da mulher e ajuda a garantir que suas escolhas sejam respeitadas.
✔ Apoia no pós-parto, especialmente na amamentação e na recuperação emocional.

O que a doula NÃO faz?

❌ Não realiza exames clínicos nem avalia dilatação.
❌ Não monitora os batimentos cardíacos do bebê.
❌ Não administra medicamentos nem anestesia.
❌ Não substitui a equipe médica.

A doula é uma excelente aliada para tornar o parto mais humanizado, ajudando a mulher a se sentir mais segura e empoderada.

2. Fisioterapeuta em Obstetrícia: Especialista em Biomecânica do Parto e Alívio da Dor

A fisioterapeuta em obstetrícia tem um papel fundamental na mobilidade da mulher durante o parto, ajudando a facilitar o nascimento do bebê com técnicas baseadas em biomecânica. Seu objetivo é garantir que o corpo da mulher esteja alinhado com os movimentos naturais do parto, reduzindo dores e otimizando a descida do bebê.

O que a fisioterapeuta em obstetrícia faz?

✔ Trabalha com mobilização pélvica e posturas que facilitam a progressão do trabalho de parto.
✔ Ensina técnicas de respiração para melhor controle da dor.
✔ Aplica exercícios específicos para encaixe do bebê.
✔ Auxilia na preparação do assoalho pélvico durante a gestação e na recuperação pós-parto.
✔ Pode ajudar no controle da dor com exercícios ativos, rebozo, mobilizações articulares e relaxamento.

O que a fisioterapeuta em obstetrícia NÃO faz?

❌ Não realiza exames médicos ou de toque vaginal.
❌ Não monitora os batimentos cardíacos do bebê.
❌ Não prescreve medicamentos ou anestesia.
❌ Não realiza procedimentos hospitalares.

A fisioterapia obstétrica pode ser um grande diferencial no parto, ajudando a tornar o processo mais eficiente e confortável para a mulher.

3. Enfermeira Obstetra: Profissional de Saúde Responsável pelo Trabalho de Parto e Parto Normal de Baixo Risco

A enfermeira obstetra é uma profissional da saúde com formação em enfermagem e especialização em obstetrícia. Ela é habilitada para conduzir partos normais de baixo risco, monitorar a saúde da mãe e do bebê e realizar exames clínicos.

O que a enfermeira obstetra faz?

✔ Realiza exames clínicos, como avaliação da dilatação e ausculta dos batimentos cardíacos do bebê.
✔ Acompanha todo o trabalho de parto e identifica sinais de risco.
✔ Conduz partos normais de baixo risco, sem necessidade de intervenção médica.
✔ Monitora o bem-estar da mãe e do bebê antes, durante e após o parto.
✔ Ajuda a mulher a encontrar posições confortáveis para o parto.
✔ Oferece suporte à amamentação e orientações no pós-parto.

O que a enfermeira obstetra NÃO faz?

❌ Não realiza cesáreas (somente médicos obstetras podem fazer isso).
❌ Não administra anestesia (função do anestesista).
❌ Não substitui o papel da doula ou da fisioterapeuta em obstetrícia, mas pode trabalhar em conjunto com ambas.

A enfermeira obstetra é uma figura essencial no parto humanizado, garantindo um acompanhamento mais próximo e menos medicalizado sempre que possível.

Cada Profissional Tem Seu Papel, Mas Todos São Importantes!

O parto é um momento que exige cuidado, respeito e suporte adequado. Entender a diferença entre doula, fisioterapeuta obstétrica e enfermeira obstetra ajuda a tomar decisões mais informadas e a garantir uma experiência mais positiva para a mulher.

Se possível, contar com uma equipe que integre esses profissionais pode tornar o parto mais tranquilo, seguro e respeitoso. O mais importante é que a mulher tenha um ambiente acolhedor e que suas escolhas sejam respeitadas.

Se você chegou até aqui, já deu um grande passo para garantir um parto respeitoso e um pós-parto mais leve e acolhedor. Compartilhe esse conteúdo com quem também pode precisar dessas informações e ajude mais casais a passarem por essa fase com segurança e tranquilidade.
O parto é um momento único. O puerpério também. E sua presença pode ser a chave para tornar essa jornada mais amorosa e positiva!
A Lei Federal n° 11.108/2005, conhecida como a Lei do Acompanhante, garante que a gestante tenha direito a um acompanhante, designado por ela, durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto.  A gestante pode escolher qualquer pessoa de confiança, como o parceiro (a), a mãe, um amigo ou outra pessoa de sua preferência. 

Déborah Corrêa
Crefito: 285988
Fisioterapeuta Pélvica


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