Seu corpo mudou — e você merece entender o porquê
Talvez você tenha notado que sua barriga não voltou como antes após a gestação. Ou que perdeu urina ao espirrar. Ou, ainda, que algo parece “fora do lugar” durante os treinos, nas relações sexuais ou até mesmo quando vai ao banheiro. Você não está sozinha — e isso não significa que você precise aceitar esses sintomas como parte da vida.
Esse texto é um convite para olhar para o seu corpo com mais gentileza, entender o que pode estar acontecendo e descobrir como a fisioterapia pélvica e a reabilitação abdominal podem te ajudar a se reconectar com você mesma.
Diástase abdominal: nem toda barriga alta é apenas estética
Durante a gestação, é normal que os músculos abdominais se afastem para dar espaço ao bebê. O que nem todo mundo sabe é que, para algumas pessoas, essa separação persiste e passa a afetar a função do corpo — postura, força, respiração e até estabilidade da lombar.
A avaliação fisioterapêutica observa mais do que a medida da distância entre os músculos retos: investigamos a tensão da linha alba, o controle motor, o comportamento do abdômen ao tossir ou levantar da cama. Se há abaulamento, flacidez ou dificuldade de controle, podemos estar diante de uma disfunção da parede abdominal, mesmo que a diástase esteja “dentro do esperado”.
Pressão intra-abdominal: um dos segredos do seu centro de força
Pouca gente sabe, mas seu abdômen, assoalho pélvico e diafragma trabalham juntos para conter e distribuir a pressão dentro do tronco. Isso acontece o tempo todo: ao respirar, rir, tossir, levantar peso ou segurar o xixi. Quando essa coordenação está alterada, surgem os sintomas.
Aqui, avaliamos o seu padrão respiratório, como você ativa o abdômen, se há movimento costal, se você prende a respiração ao fazer esforço. Tudo isso influencia diretamente no que você sente — e entender essa dinâmica muda completamente a forma como tratamos o problema.
Parto: o corpo sabe o caminho, mas precisa de apoio
A preparação para o parto não é só sobre respiração e massagem. Ela envolve conhecer a fisiologia hormonal, compreender o que ajuda ou atrapalha a descida do bebê, e trabalhar a mobilidade da pelve para que o corpo e o bebê possam dançar juntos.
Durante a consulta, explicamos a diferença entre fase latente e fase ativa, como lidar com a dor e o que realmente favorece a progressão do trabalho de parto. Isso não só ajuda a ter um parto mais respeitoso, como reduz o risco de intervenções desnecessárias.
Reabilitação abdominal funcional: mais do que um abdômen “forte”
Esqueça a ideia de “prender a barriga” o tempo todo. A força verdadeira vem da coordenação, não da rigidez. Um abdômen funcional é aquele que responde quando você precisa — para subir uma escada, carregar um filho ou levantar peso sem dor.
Trabalhamos a ativação do transverso do abdome, a sinergia com o assoalho pélvico, a respiração consciente e o movimento variado. O objetivo não é moldar um padrão estético, e sim devolver a funcionalidade que o seu corpo perdeu (ou nunca teve).
Incontinência urinária e urgência: quando o corpo pede socorro
Perder urina nunca é normal. Nem ao correr, pular, rir ou levantar peso. Mesmo que muita gente diga que “é da idade” ou “coisa de pós-parto”, esse sintoma revela que algo no sistema de contenção da bexiga está desorganizado.
Podemos estar diante de uma fraqueza muscular, mas também de uma sobrecarga de pressão, de um hábito ruim (como ir ao banheiro toda hora), ou de um padrão respiratório descoordenado. A boa notícia é que tudo isso tem solução — com reeducação, exercícios e ajustes simples na rotina.
Dor na relação, ressecamento e libido:o que seu corpo quer te contar
Após o parto ou com alterações hormonais, é comum sentir dor durante a penetração, perceber a mucosa vaginal mais seca, ou simplesmente não sentir desejo. E tudo bem. Isso não significa que o seu corpo está “quebrado” — ele só precisa de ajuda para se reorganizar.
Na fisioterapia pélvica, acolhemos essas queixas com respeito, explicamos o que mudou (fisiologicamente e emocionalmente) e usamos recursos como exercícios perineais, orientação sobre lubrificação, e muito diálogo sobre prazer e autoconfiança.
Constipação e flatos vaginais:
quando o intestino e o ar não funcionam bem
A dificuldade para evacuar ou a sensação de que “escapa ar pela vagina” indicam que a pressão dentro do seu corpo não está sendo bem distribuída. Isso pode ser reflexo de tensão no períneo, falta de coordenação abdominal, respiração desorganizada ou mesmo hábitos no banheiro.
Durante a avaliação, observamos sua rotina, fazemos testes funcionais e propomos estratégias que vão muito além de “fazer força para empurrar”. Seu corpo pode reaprender a funcionar com leveza.
Funcionalidade: a palavra-chave da fisioterapia pélvica
Funcionar é muito mais do que contrair ou relaxar. É ter um corpo que responde na hora certa, que sustenta, que protege, que se adapta. Nosso objetivo é devolver ao seu corpo a capacidade de respirar bem, sustentar os órgãos, segurar a urina, gerar prazer, manter a postura e permitir movimento.
E tudo isso é feito com respeito ao seu tempo, à sua história e ao seu jeito de sentir.
Como é a consulta?
A primeira consulta é longa, detalhada, acolhedora. Avaliamos o abdômen, o assoalho pélvico (com ou sem toque, conforme sua vontade), a respiração, a coordenação. Testamos situações do dia a dia, observamos como seu corpo responde, tiramos fotos, registramos tudo.
A partir daí, construímos juntas um plano de reabilitação. Com orientações claras, exercícios simples e eficazes, e — principalmente — com um espaço seguro para você entender o que sente.
E se eu não souber o que está acontecendo comigo?
Muitas pessoas chegam dizendo: “não sei o que está errado, mas meu corpo não é mais o mesmo”. E isso já é motivo suficiente para investigar. Seu incômodo é legítimo — mesmo que pareça pequeno, mesmo que os exames estejam normais.
Você não precisa saber o nome da sua disfunção. Basta sentir que algo mudou, e estar disposta a entender esse novo corpo.
Onde atendo
📍 Sorella Fisio Pélvica – Moinhos de Vento
📍 Clínica Goldani – Zona Sul de Porto Alegre
A primeira consulta dura de 1h a 1h30.
As sessões seguintes têm 45 minutos e, no início, são semanais — depois, vamos ajustando conforme sua evolução.
Vamos conversar?
Se você chegou até aqui, talvez seu corpo esteja pedindo cuidado.
Eu te convido a dar esse passo.
Me chama no WhatsApp para agendar sua avaliação, tirar dúvidas ou apenas conversar.
Sua história será ouvida com atenção, respeito e carinho.