Quantas sessões de fisioterapia pélvica são necessárias?
Essa é uma das perguntas mais frequentes que escuto no consultório:
“Quantas sessões eu vou precisar para melhorar?”
E a resposta, por mais que a gente queira algo exato, é: depende.
Mas calma — aqui eu vou te explicar direitinho como funciona o processo da fisioterapia pélvica, o que influencia na duração do tratamento, e te mostrar médias reais para os casos mais comuns: incontinência urinária, diástase abdominal, dor na relação sexual, gestação e prevenção.
Também vou falar sobre o tempo que o corpo leva para aprender, se adaptar, e de fato mudar — tanto do ponto de vista neural quanto muscular.
Se você está pesquisando sobre fortalecer o assoalho pélvico, tratamento para escapes de urina, fisioterapia íntima ou reabilitação no pós-parto, esse texto é pra você.
Calma: o número de sessões é uma estimativa
Não existe uma “receita de bolo” com X sessões para todo mundo.
Isso porque cada mulher tem sua história, sua forma de movimentar o corpo, seus hábitos e sua maneira de perceber a própria pelve.
Só conseguimos saber o número ideal de sessões depois da avaliação fisioterapêutica. Nela, eu observo não só a força do assoalho pélvico, mas a coordenação entre respiração, abdômen, postura e outros fatores que interferem no quadro.
Mesmo assim, é possível te dar médias estimadas com base em estudos e experiência clínica.
Como o corpo aprende? (Spoiler: não é de uma hora pra outra)
Antes de pensar em fortalecer, o corpo precisa reaprender a se movimentar da forma correta. E esse processo é feito em etapas:
1. Adaptação neural (fase de consciência e controle motor)
Nosso cérebro precisa reconhecer o músculo, entender o movimento e reorganizar os caminhos entre mente e corpo.
É como aprender a dirigir: no começo, exige atenção, esforço e cansa. Só depois o movimento se torna automático.
Por isso, nas primeiras sessões de fisioterapia pélvica, priorizamos qualidade do movimento, e não carga ou quantidade. Essa fase pode durar de 2 a 6 semanas, a depender da resposta individual.
2. Adaptação muscular (fase de força e resistência)
Depois que o comando está claro, começamos a estimular o músculo para melhorar tônus, resistência e força. E aí, entra o tempo da fisiologia.
Estudos mostram que, para hipertrofia e fortalecimento real, o corpo precisa de:
- Intensidade progressiva (geralmente 60–70% da força máxima)
- Repetição regular (2 a 3 vezes por semana)
- De 8 a 12 semanas de estímulo constante
Ou seja, mesmo que você aprenda o movimento rápido, o músculo leva tempo para mudar — exatamente como acontece na academia.
Mas e afinal, quantas sessões eu preciso?
Para incontinência urinária:
Na maioria dos casos, indico sessões semanais no início, com reavaliações a cada 4 a 6 semanas. A fisioterapia pélvica atua diretamente sobre os músculos que controlam o ato de urinar e sustentar a bexiga.
📌 Estimativa média: de 8 a 12 sessões.
Isso pode variar conforme o tipo de incontinência (de esforço, urgência ou mista), os hábitos urinários, o uso da respiração, o padrão de ativação do períneo e sua adesão às orientações domiciliares.
Para gestantes
Durante a gestação, o foco da fisioterapia pélvica é múltiplo: prevenir dores, melhorar mobilidade, preparar o períneo para o parto, controlar a pressão intra-abdominal e organizar a respiração.
📌 Atendimento preventivo: consultas quinzenais no 2º trimestre e semanais no 3º.
Se a gestante já apresenta sintomas (dor, incontinência, prolapso), o acompanhamento pode ser semanal desde o início.
Para diástase abdominal
Na reabilitação da diástase, não buscamos apenas “fechar o espaço entre os músculos”, mas sim reativar a função da parede abdominal, reorganizar a linha alba, melhorar a transferência de forças, e reduzir sintomas como dor nas costas, flacidez ou instabilidade.
📌 Estimativa média: de 10 a 16 sessões.
Começamos com consciência e controle motor, depois passamos para exercícios de fortalecimento e progressão funcional — sempre respeitando o ritmo do corpo e o estágio da reabilitação.
Para dor na relação sexual
A dispareunia (dor na relação) pode ter causas musculares, hormonais, cicatriciais ou emocionais. O trabalho na fisioterapia pélvica é sempre delicado, respeitoso e com muito acolhimento.
Usamos técnicas manuais, toque terapêutico, biofeedback, exercícios respiratórios, orientações sobre lubrificação e relaxamento.
📌 Estimativa: de 6 a 20 sessões, a depender da causa da dor e da resposta do corpo ao tratamento.
Para prevenção (sem sintomas)
Se você quer apenas fortalecer o assoalho pélvico, entender como se contrai o períneo, prevenir disfunções ou garantir que está no caminho certo, você está no melhor momento para procurar atendimento!
📌 Em muitos casos, uma ou duas sessões já são suficientes.
A avaliação serve para identificar riscos, ensinar a contração correta e orientar uma rotina segura de cuidados. Ideal para antes do parto, início de treinos na academia, pós-cirurgia ou menopausa.
E na menopausa, ressecamento e fissuras?
A menopausa é uma fase de transição que pode trazer várias mudanças no corpo da mulher — e a região pélvica costuma sentir bastante.
Com a queda dos hormônios, é comum surgirem sintomas como:
- Ressecamento vaginal
- Ardência ou desconforto durante a relação
- Sensação de peso na pelve
- Fissuras na mucosa vaginal
- Vontade frequente de urinar ou escapes
Muitas mulheres acham que esses sintomas são “normais da idade” e que não há nada a ser feito — mas isso não é verdade.
A fisioterapia pélvica na menopausa atua para melhorar a circulação, mobilidade e hidratação da região íntima, além de restaurar a força e a flexibilidade dos músculos do períneo.
📌 Estimativa média: de 6 a 12 sessões, com orientações para autocuidado, exercícios domiciliares e, quando necessário, encaminhamento conjunto com ginecologista para uso de hidratantes ou reposição local.
E se já há fissura?
Quando há fissura vaginal recorrente, principalmente durante o sexo ou ao evacuar, é essencial avaliar:
Se há excesso de tensão no assoalho pélvico
- Como está a mobilidade dos tecidos (fáscia, mucosa, cicatrizes)
- Se há ressecamento associado ou uso de sabonetes/agentes irritantes
Com técnicas manuais, exercícios de relaxamento e cuidados locais, é possível evitar a reincidência das fissuras e melhorar a qualidade de vida íntima.
📌 Tratamento individualizado: geralmente de 6 a 10 sessões, com orientações sobre higiene, lubrificação, exercícios e comunicação com o(a) parceiro(a).
E se for bexiga hiperativa?
Você sente uma vontade repentina de fazer xixi, que às vezes mal dá tempo de chegar ao banheiro? Ou sente que vai ao banheiro muitas vezes ao dia — mesmo sem beber tanta água?
Esses são sinais típicos de uma condição chamada bexiga hiperativa, caracterizada por:
- Urgência urinária (vontade súbita e forte)
- Aumento da frequência urinária (mais de 8 vezes por dia)
- Noctúria (acordar à noite para urinar)
- Em alguns casos, perda de urina associada à urgência
A boa notícia é que a fisioterapia pélvica pode ajudar muito nesse quadro, e costuma ser o primeiro passo antes de pensar em medicamentos.
Trabalhamos com:
- Educação miccional: ensinar a bexiga a se comportar melhor (sim, é possível!)
- Exercícios de controle urinário e respiração para diminuir a urgência
- Fortalecimento e coordenação do períneo, para dar mais suporte à bexiga
- Técnicas de relaxamento e estratégias práticas para o dia a dia
📌 Estimativa média: de 8 a 14 sessões, com resultados significativos já nas primeiras semanas, especialmente quando há boa adesão às orientações em casa.
Como é o meu atendimento?
🩺 Avaliação completa: dura de 1h a 1h30, onde avalio abdômen, períneo, respiração, postura, força muscular, hábitos e estratégias do dia a dia.
📊 Faço fotos, anotações, medidas e traço seu plano terapêutico personalizado.
📆 Consultas seguintes: têm 45 minutos e, no início, são semanais. Conforme você evolui, podemos espaçar os encontros.
E o mais importante: não vou te prender num tratamento eterno.
Sou honesta: se bastam 3 sessões, será isso. Se o processo exigir mais, será com metas claras e baseadas em evidências.
E se eu não tiver tempo para mil sessões?
Você não precisa.
Muitas vezes, com poucas sessões bem feitas + exercícios em casa, é possível obter grandes mudanças.
Eu não vendo pacotes prontos, e sim um plano realista e adaptável à sua rotina, feito com critério, carinho e ciência.
Resumindo:
🔸 Não existe número fixo de sessões — só saberemos após a avaliação.
🔸 O corpo leva tempo para aprender e fortalecer, assim como na academia.
🔸 Os resultados da fisioterapia pélvica são reais, mas exigem consistência.
🔸 Minha proposta é que você evolua de forma segura, eficiente e consciente.
Está pronta para cuidar da sua pelve?
Se você sente que chegou a hora de entender melhor seu corpo, tratar desconfortos ou simplesmente prevenir disfunções antes que elas apareçam, minha agenda está aberta para te acolher.
📍Atendo em Porto Alegre (Moinhos – Sorella Fisioterapia Pélvica e Zona Sul – Clinica Goldani). Atendimento Online
📩 Me chama no WhatsApp para agendar sua avaliação
💡 E lembre-se: saúde íntima também é autocuidado!